TOP ESPAÑA SANTANDER. Salamanca a cidade Dourada.

BY IVAN XAVIER [1] – TOP ESPAÑA SANTANDER. Salamanca the Golden City.

“La libertad, Sancho, es uno de los maís preciosos dones que a los hombres dieron los cielos; com ella no pueden igualarse los tesoros que incierra la tierra ni el mar encubre; por la libertad así como por la honra se puede y debe aventurar la vida, y, por el contrario, el cativeiro es el mayor mal que puede venir a los hombres” (II, 58, págs. 984-985) – Miguel de Cervantes – Don Quijote de La Mancha [2]

A viagem a Salamanca – Espanha, com professores e alunos de diversas regiões do Brasil, com o patrocínio do Banco Santander através do programa Top España Santander, sob a coordenação da Daniele Aparecida Scandola da equipe do Santander Universidades nos possibilitou uma experiência magnifica.

A concretização dessa viagem somente foi possível em função do trabalho e organização da Divisão de Mobilidade Internacional da UFF, agradeço o trabalho da equipe de mobilidade e da superintendente Livia Maria de Freitas Reis Teixeira.

A viagem não pode ser simplesmente traduzida pelo adensamento do conhecimento, curso inovação e/ou estudo da cultura espanhola, é algo muito maior é a conquista de uma liberdade, a sensação de sermos cidadão do mundo.

Imaginem aos estudantes que tiveram esta viagem como a primeira experiência internacional. Não podemos esquecer que esta edição é a primeira feita após o início da pandemia, ainda não vencemos o vírus, mas a alegria da chegada do verão e a alegria de caminhar pelas “calles” é muito importante. Devemos lembrar que a Universidade de Salamanca tem algo importante a nos dizer em relação ao quinto centenário da morte de Elio Antonio de Nebrija, um dos maiores representantes do humanismo na Espanha Renascentista que ocupa lugar de destaque na história por ser autor da primeira gramatica castelhana e também entre as primeiras gramaticas românicas (1492).

Para falar desta experiência de estar estudando na Universidade de Salamanca a mais antiga da Espanha (1218) e de alguma maneira transmitir as minhas sensações e as dos demais participantes busquei as reflexões em Don Quijote através da obra extraordinária de Miguel de Cervantes, ao viajarmos pela comunidade de Castela e Leão, e em especial Salamanca.

Esta sensação começa ao caminhar pelas “calles” e observar as referências da novela cervantina, de um mundo vasto, diverso e sem fronteiras que a mente humana nos possibilita. Fica claro neste momento que o passado nos serve de estimulo a estudar e a avançar cada vez mais.

Esta experiência começa pela maneira de como nos apropriamos das inúmeras oportunidades que nos foram ofertadas especialmente pelo programa “Cursos Internacionales de la Universidad de Salamanca” que tem como objetivo promover o ensino da língua e da cultura espanhola. Este fato por si só justifica a importância, mas ele é muito mais abrangente; a cada edição com mais de uma centena de estudantes e professores que tem a oportunidade e o prazer imenso de conhecer a cidade e a Universidade de Salamanca que nos proporcionou um curso de língua espanhola em três semanas, associados à cultura e a beleza da cidade.

Vale a pena destacar que Salamanca é conhecida como a cidade dourada que tem como origem o material de pedra em arenito da Villamayor, um tom acobreado que ganha um matiz dourado com o sol e as luzes noturnas.

 A experiência marcante ao chegar em Salamanca (patrimônio da humanidade desde 1988) é de observar de longe a Catedral. É simplesmente lindo. Lembrei da modernidade de Don Quijote que está no espirito rebelde, justiceiro, que leva o personagem a assumir a responsabilidade de mudar o mundo para melhor, nos sentimos com esta obrigação!

Descobri nesta viagem instigada por Cervantes que a Catedral de Salamanca tem dois templos unidos a catedral Velha (séculos XII-XIII) e a catedral Nova (século XVI) quando fizemos a visita guiada pelas catedrais, um templo único para elevarmos a nossa consciência no encontro com o nosso divino.

Ao chegarmos ao alojamento Colégio Mayor Hernán Cortes descobrimos de pronto que a nossa estadia seria agradável, um caráter acolhedor na figura literária inspirada em Quijote Y Sancho de verdadeiros amigos.

Andando pelas “calles” descobri como por instinto o caminho de quem já conhece a Plaza Mayor, sem nunca ter visitado Salamanca, simplesmente sabia onde queria chegar, os caminhos da cidade: a Prior, Plaza Mayor – Cuatro Gatos, Toro e muitas outras. E aos poucos se deleitando e inteirando com a beleza que está no olhar de quem vê as cores, as formas, as texturas, o lugar e a experiência em conhecer e viver.

A aula inaugural no edifício do “Cursos Internacionales” foi marcada com um encontro de gerações no salão de Atos do Edifício de Curso Internacionais, tendo no final da manhã após a inauguração oficial dos cursos de Verão no “Paraninfo de Edificio Historico de la Universidad”, um brinde de “vino español en el Claustro del Patio de Escuelas Mayores”.

O mais importante é que no dia a dia fomos assimilando a experiência de estarmos em outra casa, como arquiteto descobri o templo da Universidade de Salamanca, local de formação e de reciclagem da nossa consciência. Fico imaginando através do caráter absolutamente singular e original de Don Quijote Y Sancho esta gratificação, carregados de imaginação, me colocando nesta aventura de experiências, significados e descobertas.

Como templo do saber a Universidade de Salamanca carrega os símbolos e signos de todos aqueles que tiveram a oportunidade de vivenciá-la e experimenta-la em sua plenitude. Observei os detalhes e os registros nas suas paredes de todos aqueles alunos que se tornaram doutores e que diz respeito ao “Victor” (do latim Victor, vencedor) – símbolo de vitória -, que é facultado ao estudante pintá-lo, junto a seu nome, em uma das paredes da instituição, ao concluir o doutoramento.

Da mesma maneira que Cervantes era capaz de reunir, relacionar e travar amizades com pessoas tão diferentes e de distintas procedências, me senti também com esta capacidade nos encontros em salas de aula com alunos de diferentes nacionalidades e continentes, uma experiência singular. As visitas guiadas pela cidade e pelos templos religiosos reforçaram o nosso aprendizado em conhecer a beleza do novo em nossos olhares. A arquitetura nos possibilita olhar por três vertentes distintas advindas de nossa formação: a beleza do novo, a noção Vitruviana, na qual a arquitetura depende simultaneamente dos aspectos funcionais, construtivos e expressivos (utilitas, firmitas e venustas), ressalvando-se que a beleza é a que permanece em nossos sentimentos, associados ao encontro místico de cada momento.

Com sentimento da distância da pátria o registro dos títulos honoris causa aos presidentes brasileiros Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, na parede da casa de Don Diego Maldonado no Centro de Estudos Brasileiros foi surpreendente e marcante. A visita e a recepção no Centro de Estudos Brasileiros – Fundacion Cultural Hispano Brasileña, foi outra passagem marcante em Salamanca, o centro de estudos próprio da universidade investiga a difusão da realidade brasileira na Europa, da língua e cultura espanhola no Brasil. 

O olhar atônito na Biblioteca geral Histórica da Universidade de Salamanca (1254), foi extraordinário, um momento de reciclagem da consciência, uma câmera de purificação, tranquilidade e serenidade criada pela capacidade de humana em registrar o conhecimento.

Me senti como “entes familiares”, a mesma sensação que os espanhóis têm em relação a Don Quijote Y Sancho. É um mundo histórico, curioso, surpreendente, pitoresco e vistoso quando percorrendo as estantes admiramos a beleza e a riqueza dos exemplares que tivemos o privilégio de olhar sem tocar.

Descobrir a história do Colégio Real da Companhia de Jesus, na companhia do Pe. Felipe Soriano, Simone Giovanazzi e Pâmela Ferreira, foi uma grande oportunidade. O edifício hoje abriga a Universidade Pontifícia de Salamanca, foi iniciado em 1617, por ordem da rainha Margarita de Áustria y Felipe III, como principal centro para a formação dos Jesuítas, que foram enviados as colônias da América e aos países protestantes do centro da Europa. A edificação é uma manifestação esplendida do barroco, destacando a Escadaria Nobre e especialmente o magnifico Pátio Barroco, rodeado de claustro de dois pisos.

A história de Inácio de Loyola o fundador da Companhia de Jesus, uma ordem religiosa católica romana que teve grande importância na reforma católica, percorrendo o edifício junto com um Jesuíta foi um grande aprendizado.

No caminho das experiências religiosas descobrimos o Convento de San Esteban, com sua igreja, fachada imponente e o claustro majestoso de dois andares. O complexo religioso é um importante centro de estudos e de teologia da Ordem Dominicana há centenas de anos sendo o lar da comunidade monástica.

O que impressionou foi o trabalho artesanal da fachada emoldurada por um arco triunfal, de estilo Plateresco, movimento arquitetônico espanhol muito conhecido nos séculos XV e XVI.

Com semelhança de outras coisas que se sucederam ao nosso invencível cavaleiro, uma outra experiência ocorreu sobre a terra em que viajamos, após o encontro afetivo com os amigo, encontramos a Lis, de beleza Art Nouveau Y Art Deco.

La Casa de Lis, edifício em que se exibem as coleções da Fundação Manuel Ramos Andrade, em sua origem um palacete privado construído no início do século XX por iniciativa do industrial salmantino encantado com o Art Nouveau e projetado pelo arquiteto D. Joaquim de Vargas. Com exposição de esculturas de porcelanas, bronzes e de vidros Art Déco. A surpresa foi encontrar “Dalí y la Divina Comédia” no museu Casa de Lis em Salamanca. Surpreendente é percorrer a obra e as imagens de Dalí de 99 cantos que nos levam do inferno ao paraíso passando pelo purgatório, através dos versos da obra inspiradora de Dante Alighieri como síntese do conhecimento científico e filosófico da Idade Média.

Após o encontro com Dalí e Dante o nosso percurso nos levou ao grupo de baile flamengo – Azabache, que apresentou “Quejío Flamenco” no Palácio de Congressos e Exposições de Salamanca, permitindo um encontro emocionante de música e dança.

Como diz Francisco Ayala [3] “Pues bien: todo esse abigarrado mundo histórico en el que debemos penetrar …”, com todas as forças para vislumbrar e sentir as experiências em relação a cultura espanhola, agora marcada pelo Duelo de Organos, uma proposta de quatro organistas que somam suas habilidades para uma singular “batalha musical”, em que a música de órgão é a protagonista.

Completando o espetáculo musical viajamos agora pelo som magistral do Concerto da Oakham School realizado na Catedral Velha e das Orquestras Sinfónica de Castilla Y León e pela Orquestra Sinfónica y Coro RTVE, em comemoração ao XX Aniversário da Cidade Europeia da Cultura (2002 – 2022), realizados na Plaza Mayor.

“Mi fe em Dios…” e na companhia do Pe. Felipe Soriano e no caminho longo das conversas sobre os apóstolos, o cristianismo, humanidade e a sua história. Descobri o parque dos Jesuítas a sua morada e um ponto de oração singular ao visitarmos a igreja de Santo Tomás Cantuariense (séculos XII-XIII), transitando entre o estilo romano e gótico, a simplicidade e as belezas das imagens de Cristo, família da Virgem, Sto. Tómas Cantuariense e de São José, culminaram com um tempo de meditação e oração. Quero destacar que o Pe. Felipe nos proporcionou um presente especial ao celebrar duas missas no alojamento do Colégio Mayor Hernán Cortes.

Com o artificio da loucura com tanta profundidade imposta pelo autor que nos entrega um herói agora viajamos pelas estrelas e constatei a nossa insignificância ao vislumbrar pelo telescópio as estrelas e o planeta Saturno com seus anéis. Além disso, descobrimos na universidade de Salamanca os “Años y días del Cielo de Salamanca” uma parte conservada da abóbada da antiga biblioteca da universidade que mostram os planetas, o sol, a constelação de Leão e Mercúrio, que está situada na constelação de Virgem, marcando o trabalho intenso de investigação do professor Carlos Tejero Prieto, sobre os anos do Céu de Salamanca.

Como que tropeçando com Quijote a nossa viagem caminha pelo encerramento, não como uma enfermidade a que todos estão sujeitos num trajeto tão grande desta aventura, mas sim revitalizados com os acontecimentos. Nas vésperas de voltarmos fomo convidados pelo “Alcalde de Salamanca” para um encontro formal para celebrarmos a experiência Brasil – Espanha. O encontro pelo discurso do prefeito de Salamanca e o representante do Grupo Top Espanha. As portas do “ayuntamiento” foram abertas, ouvimos o discurso do alcalde D. Carlos Manuel Garcia Carbayo e do nosso representante Diego Klautau no salão nobre, foi um momento memorável!

Neste dia tivemos a oportunidade de conhecer o “Huerto de Calixto Y Melibea”, um passeio cheio de aromas enigmáticos de uma Salamanca florida e bela, com um olhar da cidade e da catedral! 

Com sentimento da tristeza e alegria simultâneos de quando o espetáculo está em seu final, no encerramento das aulas, o registro dos momentos, as despedidas dos professores e abraços que conduzem a uma grande certeza, da experiência vivida, mas também a realidade de não realizarmos um encontro desta envergadura com as mesmas pessoas.

“Retráteme el que quisiere –dijo don Quijote- pero no me maltrate, que muchas veces suele caerse la paciência…” especialmente quando se perde a esperança, mas neste momento mudamos para o futuro com o diploma seguro em nossas mãos, com o salão de eventos lotado com os braços levantados da Victor+Vitória em nossas vidas.

SEGÓVIA

Como si sintiera nuestros pensamentos, donde nos encuentra la agradable historia del Segóvia…” em pensamento integrado em imaginação e nas viagens de Don Quijote, descobrimos Segóvia uma cidade histórica muito rica e perto de Salamanca, na região de Castela e Leão.

A riqueza desta viagem foi ser convidado pelo grupo Segóvia – Top 5, realizada no primeiro domingo despois de nossa chegada. A chegada foi instigante promovida pelos sons das andorinhas a voando ao redor dos arcos romanos que contém mais de 160 arcos em granito, localizado acima da Plaza del Azoguejo bem no coração da cidade.

Descobrimos ao caminhar pelas ruas as belezas da cidade, a porta de San Andrés, como uma espécie entre o passado e o futuro. A visita à Catedral de Segóvia conhecida como “a dama das catedrais” em especial pela beleza de seus grandes vitrais iluminando o interior da igreja. Outra experiência magnifica e cansativa foi a subida na torre da igreja que nos possibilitou uma visão surpreendente da cidade, bem como descobrir o funcionamento das campanas e como vivia o campaneiro e sua família e a vista da cidade do alto da torre.

Outra visita marcante foi na “Iglesia de San Millán” do século XII, uma das mais antigas da cidade, a igreja a apresenta uma simbologia muito eloquente, existindo um mundo de trevas e um mundo de luz, em que os fiéis caminham da entrada (sem luz – trevas) até o altar que tem por guia o Cristo no altar com muita luz, orientados pelos primeiros raios de sol que entram pela janela.

Outra experiência foi visitar as lojinhas, o almoço… Percorrendo os caminhos da cidade e desfrutando as águas de suas fontes, passamos pelo bairro judeu de Segóvia.

Finalmente alcançamos o Alcázar de Segóvia, como um castelo de conto de fadas inesquecível. Na verdade, um palácio fortificado em pedra, erguido em posição dominante sobre um penhasco rochoso na confluência dos rios Eresma e Clamores. Construído como uma fortaleza, servindo como palácio real, prisão do estado, Colégio Real de Artilharia e academia militar.

Em Segóvia nós demos as boas-vindas a região de Castela e Leão, brindamos com cerveja e paelha a nossa chegada em Salamanca!

ÁVILA

Visitar Ávila numa quarta-feira (13 de julho) foi uma decisão acertada. Nos sentimos como cavaleiros que tomam a cidade a partir de seu portal, mas antes descobrimos a beleza da Basílica de San Vicente; e à medida que nos aproximamos do portal, a beleza revelava-se sutilmente no caminhar lento sem muita pressa de chegar!

Descobrimos que Ávila é a capital da província espanhola com o mesmo nome, situada na região de montanhas ondulantes a noroeste de Madrid. Nos surpreendemos com as muralhas intactas da cidade medieval e com as suas torres semicirculares e suas diversas portas. É possível caminhar em secções longas do topo das muralhas – foi o que fizemos. A medida que caminhávamos novas descobertas.

Visitamos a catedral de Ávila com as suas belezas internas das naves do século XIII e os vitrais conservados dos séculos XV e XVI. Considerada a primeira catedral gótica da Espanha, com influências francesas; projetada como fortaleza e templo, sendo sua abside um dos cubos da muralha. Na entrada vimos a presença de dois selvagens que protegem a entrada do recinto sagrado conhecidos como Gog e Magog.

Caminhar pelas muralhas, após o esforço da subida de vários degraus fomos premiados pela vista inesquecível do entorno, da catedral e da cidade.

TOLEDO

Chegando em Toledo pela segunda vez! É como voltar para ver e desfrutar novamente uma joia rara da arquitetura. A história europeia de Toledo está ligada aos árabes, judeus e cristãos. Caminhando a partir do centro de informações turísticas até a porta de entrada da cidade lembrei-me das palavras de Sancho Panza “Válame Dios, y cuántas privincias dijo, cuántas naciones nombró, dándole a cada uma com maravilhosa presteza los atributos que le pertenecían…”, foi uma espécie de encantamento, uma sensação de pertencimento mesmo!

Ver ao longe o palácio fortificado de Alcázar sobre rochas na parte mais alta de Toledo é muito agradável aos olhos, ladeado pelas torres de ardósia madrilena nos eleva ao alto.

Ao subirmos as ruas até a “Plaza de Zocodover” vislumbramos o Alcázar e a Catedral, como quem olha pela fechadura das “calles de Toledo”, além de desfrutar da calle Del Comércio, com as suas lojas de armas de guerra (cujo segredo da sua qualidade, foi muito bem guardado durante décadas).

Com o olhar agora voltado para a Catedral de Toledo, descobrimos a sua importância em o “El Transparente, la luz Sagrada de la Dives Toledana”, ou seja, a beleza da arquitetura, escultura e a pintura, tendo como objetivo o culto a Eucaristia. Este modelo de cenografia tem como objetivo iluminar com luz natural o Sacrário do Altar Maior que está atrás do retábulo. É simplesmente impressionante! Cabe destacar que o ponto culminante do “Transparente” sobre o Sacrário é o altar maior são as abóbadas mediáveis, onde temos a profecia Apocalíptica, o fim da história e o início da eternidade.

Além da grandiosidade da catedral (113 m x 56 m) e a beleza da fachada e torre, outras preciosidades foram observadas no interior da catedral, a sacristia, as pinturas nas paredes e tetos, o altar principal, a capela dos Reis Novos, Capela de Santiago, Capela de San Idelfonso, Capela da Descida e em especial a Capela Mozárabe na qual é celebrada uma missa diária de rito hispano-Mozárabe.

Outra joia que tivemos o privilégio de apreciar e é considerada uma das maiores relíquias da cristandade – o ostensório que é a custódia de Isabel a católica que está no interior da grande Custodia de Henrique de Arfe, bem maior que guarda o ostensório. Este conjunto, percorre as ruas de Toledo por ocasião da festa de Corpus Christi.

No nosso percurso a próxima parada foi a igreja de Santo Tomé, fundada por Afonso VI que traz a reconquista da cidade. Sofreu várias reformas ao longo do tempo e o corredor nave é o atual Museu de Pintura do El Greco, onde está exposto o famoso quadro “El enterro del Señor de Orgaz” que representa o milagre ocorrido durante o funeral de D. Gonzalo, em que eles desceram do céu Santo Agostinho e Santo Estevão para enterra-lo.

Outra visita importante foi conhecer o Monastério de San Juan de Los Reyes, construídos pelos reis católicos como um grande catafalco [4] ou sepulcro real, com um monastério em estilo original gótico com influências mudéjares [5].

Nesta caminhada árdua acompanhado pelo calor intenso chegamos a Sinagoga del Tránsito conhecida também pelo seu anexo, o antigo convento dos Cavaleiros de Calatrava; como Museu Sefardita (Museu Nacional em Toledo), que exibe uma rica coleção do patrimônio cultural judaico na Espanha, conhecidos como Sefarditas, descendentes dos judeus que viveram na Península Ibérica até 1492.

Nesta caminhada por Toledo de Leste ao Oeste começando pela “Puerta Del Sol, Plaza de Zocodover, Catedral, Iglesia Sto. Tomé, Monasterio San Juan de Los Reyes e Sinagoga del Tránsito” para finalmente chegarmos a “Puente de San Martin” sobre o rio Tejo e desfrutarmos da paisagem e riqueza desta cidade.

A cidade de Toledo situada bem no centro da Espanha sobre as planícies de Castilla-La Mancha, com as muralhas que as circundam e a protegem, guarda muitos segredos que devemos descobrir aos poucos e em outras viagens. Descobri que a cidade é bastante famosa por ser a cidade dos Templários, com exposição e tours diurnos e noturnos disponíveis para conhecer os seus mistérios e segredos.

Estou feliz em realizar este artigo com a última visita programada pelo program Top España e “Cursos Internacionales de la Universidad de Salamanca” à cidade de Toledo, me senti como Don Quijote e o seu escudeiro Sancho Pança percorrendo as pequenas vilas e planícies de La Mancha.

A experiencia deste programa promovido pelo Santander Universidades, além do aprendizado da língua espanhola, este programa de execução teve como função social a transmissão do conhecimento e a ampliação do universo cultural.

“Soñar el sueño imposible, sufrir angustias incesantes, pisar donde los valientes no se atreven, reparar el mal irreparable, amar un amor casto desde lejos, enfrentar al enemigo invencible, intentar cuando se acaban las fuerzas, alcanzar el estrella inalcanzable: esta es mi búsqueda” – Don Quijote de La Mancha.

AVEIRO

A visita em Aveiro Portugal no último domingo antes do nosso retorno foi como o sentido de um cavaleiro “apeándose de su cabalgadura…” sem conhecer nada do lugar em que estamos chegando, como que guardando com sutileza as experiências da viagem que estamos a encerrar.

A primeiras sensações foram a cor, rio, mar e tradição. Isto é Aveiro uma pequena cidade no centro da costa oeste de Portugal, une todas essas qualidades, desenvolvida e acolhedora ao mesmo tempo transmite um “sentimento de comunidade” apesar de não vivermos aqui. A comparação em se dizer que estamos numa Veneza portuguesa é verdade. Ouvi dos portugueses mais de uma vez “aqui se vive com muita segurança…”, com o sotaque português que nos é familiar.

Por falar em sotaque, muitas vezes nos pegamos em conversar em espanhol com os nossos patrícios, confirmando o aprendizado do espanhol nestas três semanas em Salamanca.

A visita em Aveiro foi extraordinária, conhecemos os canais pelo passeio de Gôndolas (Moliceiros de Aveiro) desfrutando da arquitetura com suas casas coloridas. Não podemos deixar de falar da culinária portuguesa com seus pratos típicos e os doces típicos e em especial os ovos moles. O nosso almoço extraordinário experimentando um delicioso bacalhau acompanhado de vinho português e ou uma cerveja Super Bock.

Descobrimos também que Aveiro é uma cidade portuguesa cada vez mais popular entre os brasileiros, inclusive muitos destes já morando e trabalhando.

Tivemos a grata satisfação de visitar a Igreja da Apresentação Paroquial de Vera Cruz, preparada para a cerimônia religiosa de Diana e Antonio no dia 24 de julho de 2022, com o detalhe dos cones de arroz na porta da igreja para felicitar os noivos pelo casamento; a escultura da Nossa Senhora da Luz, uma escultura de madeira imaginária.

Finalmente fomos conhecer o farol e a praia da barra, com as suas peculiaridades.

AGRADECIMENTOS

Antes de finalizar este artigo quero agradecer especialmente a todos os alunos que participaram desta viagem e aos professores [6] que em conjunto ilustraram este programa TOP ESPAÑA SANTANDER. A oportunidade de interagir e estar com os estudantes em vários momentos foi muito enriquecedor e divertido. Felicito a todos desejando muitas viagens no futuro e sucesso profissional em suas vidas!

Quero também agradecer aos professores com quem tive a oportunidade de estudar, melhorar e aprofundar os meus conhecimentos na língua espanhola, a professora Elena Durán Corchiero pela didática e aprendizado oferecidos; e ao professor Juan Eguiluz pela forma e pertinência como o curso foi ministrado.

Agradeço a Divisão de Mobilidade Internacional da UFF, a Neuziane Cardoso, equipe e a superintendente Livia Maria de Freitas Reis Teixeira.

Agradeço ao Santander Universidades pelo programa e em especial a coordenação da Sra. Daniele Aparecida Scandola, agradeço aos senhores (as) José Antonio Noriega Villafañe ( Managment ),
Soledad Martín Martín (Head of Academic Affairs), Juan Miguel Prieto Hernández ( Head of Evaluation Department) e a todos os membros da equipe da Universidade de Salamanca – Cursos Internacionais pela oportunidade oferecida.

Não poderia finalizar este artigo sem os agradecimentos especiais ao grupo Segóvia Top 5: Elaine Caetano, Alessandra Arduim, Suziane Kohlrausch e o Gabriel Ritter, que me receberam com muito carinho já no primeiro fim de semana desta viagem, as conversas, os passeios, as cervejas, tudo muito rico – os encontros e as descobertas nas viagens foram ótimos!

Agradeço também ao grupo Salamanca (Simone Giovanazzi, Pâmela Ferreira, Pe. Felipe Soriano, Vera Maia, Sonia, João Paulo, Sidnei Mendes, Ricardo Souza, Regina, Rafael, Fabrícia, Chris Ruspoli, Carolina Tenório, Carmem Medeiros, Marcia(s) e Adriana) por todos os encontros, conversas e eventos realizados em conjunto!

Finalmente agradeço aos meus filhos Leonardo e Maíra pelo estimulo e participação em eventos que se caracterizam pelo acumulo e o adensamento do conhecimento.

Quero dedicar este artigo a minha querida Maria Emília Medeiros Carvalho e esposa, pela compreensão e carinho, só nos sabemos o quão difícil ter este tempo de separação, apesar do curto tempo é uma eternidade aos olhos de quem fica. Meu amor e carinho especial!

REFERÊNCIAS

[1] Xavier, Ivan Silvio de Lima: Arquiteto, professor associado da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense;

[2] Cervantes, Miguel de: Don Quijote de La Mancha, Real Academia Española e Associación de Academias de La Lengua Española, Madrid, España, 2004;

[3] Ayala, Francisco: Presentación “La invención del Quijote” no livro Don Quijote de La Mancha, Real Academia Española e Associación de Academias de La Lengua Española, Madrid, España, 2004;

[4] Catafalco: Estrado alto sobre o qual se coloca o ataúde;

[5] Mudéjares: Mouros que permaneceram na Espanha depois da reconquista cristã – séculos XV e XVI;

[6] Nossas mais sinceras desculpas por não registrar os nomes de todos os alunos e professores.

Nota 1: Todas as fotos foram tiradas com a câmera Nikon D3400 e iPhone XS, exceto as indicadas com o nome dos autores.